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Von der Leyen anuncia 85 milhões de euros para a Europa reinventar um modo de vida sustentável
YVES HERMAN/EPA - LUSA

Von der Leyen anuncia 85 milhões de euros para a Europa reinventar um modo de vida sustentável

O Novo Bauhaus Europeu foi uma iniciativa lançada em janeiro deste ano pela Comissão Europeia e pretende enquadrar a transição climática com uma mudança cultural.

O Novo Bauhaus Europeu, iniciativa lançada em janeiro deste ano, que visa enquadrar a transição climática com uma mudança cultural, vai dispor de 85 milhões de euros destinados a projetos, no período 2021-2022, anunciou hoje a Comissão Europeia.

O valor é adiantado pela Comissão, no âmbito da comunicação sobre o conceito do Novo Bauhaus Europeu, e na qual anuncia igualmente a criação de um laboratório e de um grupo de reflexão e de ação, para o desenvolvimento do projeto que "visa acelerar a transformação de vários setores económicos, como os da construção e dos têxteis, a fim de facilitar o acesso de todos os cidadãos a bens circulares e com menor intensidade de carbono".

A iniciativa foi lançada pela Comissão, em janeiro, com o objetivo de enquadrar a transição climática com um movimento cultural e estético, através da mobilização de ‘designers’, arquitetos, engenheiros e cientistas, que possam “reinventar um modo de vida sustentável”.

"O Novo Bauhaus Europeu introduz uma dimensão cultural e criativa no Pacto Ecológico Europeu a fim de demonstrar de que modo a inovação sustentável se pode traduzir, no nosso dia-a-dia, em experiências concretas e positivas", escreve hoje a Comissão.

No âmbito do financiamento previsto, muitos programas da União Europeia (UE) irão contribuir para "o Novo Bauhaus Europeu como elemento de contexto ou prioritário, sem um orçamento específico predefinido", adianta hoje a Comissão.

O financiamento provirá assim "de diferentes programas" europeus, "incluindo o Horizonte Europa, um programa de investigação e inovação (e, em especial, as missões Horizonte Europa), o programa LIFE, para o ambiente e a ação climática, e o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional".

A Comissão convidará igualmente os Estados-membros a incluir "os valores fundamentais do Novo Bauhaus Europeu nas respetivas estratégias de desenvolvimento territorial e socioeconómico e a mobilizar os elementos pertinentes dos seus planos de recuperação e resiliência, bem como dos programas relacionados com a política de coesão, a fim de criar um futuro melhor para todos".

Entre as medidas anunciadas hoje pela Comissão está a criação de "um laboratório do Novo Bauhaus Europeu", assim como de "um grupo de reflexão e de ação que se destine a cocriar, desenvolver protótipos e a testar ferramentas, soluções e ações que permitirão facilitar a transformação no terreno".

"O laboratório retomará o espírito colaborativo que está na base deste projeto, a fim de harmonizar diferentes perspetivas, estabelecer ligações com a sociedade, a indústria e a política e entre os cidadãos, e inventar novas formas de criação conjunta", especifica a Comissão.

As medidas agora anunciadas têm em conta os mais de 2000 contributos, provenientes dos 27, recebidos durante a fase de conceção conjunta, que decorreu de janeiro a julho, e que foi aberta a todos os cidadãos do espaço da União.

"O Novo Bauhaus Europeu combina a grande visão do Pacto Ecológico Europeu com mudanças concretas no terreno: mudanças que contribuam para tornar o nosso quotidiano mais aprazível e que as pessoas possam ver e sentir nos edifícios e espaços públicos, bem como artigos de moda ou mobiliário. O Novo Bauhaus Europeu visa criar um novo estilo de vida que combine sustentabilidade e design de qualidade, que exija menos carbono e que seja inclusivo e acessível para todos", disse hoje a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, citada pelo comunicado sobre a iniciativa.

A comissária Elisa Ferreira, da Coesão e Reformas, destacou por seu lado o impacto local do Novo Bauhaus Europeu, com "a abordagem transdisciplinar e participativa", uma vez que "contribui para reforçar o papel das autoridades locais e regionais, das indústrias, dos inovadores e das mentes criativas que colaboram entre si, a fim de melhorar a qualidade de vida".

"A política de coesão transformará ideias novas em ações locais", garantiu Elisa Ferreira.

A comissária da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, sublinhou "as pontes entre ciência e inovação e arte e cultura, ao adotar uma abordagem holística". Assim, concluiu, "o Novo Bauhaus Europeu desenvolverá soluções não só sustentáveis e inovadoras, mas também acessíveis e enriquecedoras para todos".

Em abril, quando o Novo Bauhaus Europeu foi apresentado em Lisboa, durante a Presidência Portuguesa do Conselho Europeu, o primeiro-ministro, António Costa, destacou "a importância crucial” do projeto para a UE atingir os objetivos climáticos.

Recordou igualmente o movimento estético Bauhaus, fundando em 1919 na Alemanha e que dá o nome à iniciativa, para referir que o projeto atual “volta a dar à arte e à arquitetura a sua missão social, ao adaptar as cidades às necessidades humanas e ao trazer o Pacto Ecológico Europeu” para as “vidas e as casas” das pessoas.

Ursula von der Leyen afirmou então, na intervenção em Lisboa, que "o novo Bauhaus Europeu é sobre esperança, inspiração e novas perspetivas. É sobre ações concretas contra as alterações climáticas”, garantiu a presidente da Comissão.

Na quinta-feira, serão anunciados os vencedores do primeiro concurso do Novo Bauhaus Europeu, que distingue projetos locais e estéticos já desenvolvidos, em dez categorias, de "produtos e estilo de vida" à "reinvenção dos locais de encontro e partilha".

Serão também distinguidas "estrelas em ascensão do Novo Bauhaus Europeu", que envolve jovens com menos de trinta anos.

 

 

 

 

 

 

Redação / Agência Lusa