Ouve a Cidade, faz o download da App.
Jornalista Maroof Sadat assassinado a tiro no Afeganistão
Matt Chesin. Unsplash

Jornalista Maroof Sadat assassinado a tiro no Afeganistão

É o terceiro jornalista morto desde a ascenção dos talibã ao poder.

O jornalista afegão Maroof Sadat foi assassinado a tiro no sábado à tarde, por um grupo de atacantes armados não identificados, na cidade de Jalalabad, no Afeganistão.

Segundo Mohammad Hanif, um responsável talibã ouvido pela agência AP, mais um civil e dois talibãs foram mortos no mesmo ataque, que causou ferimentos em dois outros civis.

Jornalista desde 2006, Sadat recebeu várias ameaças de morte nas últimas semanas e estava a tentar fugir para Cabul, a capital, para se proteger.

"Há quatro dias ligou-me, preocupado, e disse que estava a receber sérias ameaças de morte por parte de várias fontes desconhecidas e que inclusivamente não podia viajar para a sua aldeia", contou à agência Efe Zeerak Zaheen, proprietário da rádio Abaseen, onde Sadat trabalhou nos últimos oito anos.

Até ao momento, ninguém reivindicou o assassinato de Sadat, que será o terceiro jornalista assassinado desde que os talibãs chegaram ao poder no Afeganistão, em agosto.

Nos últimos anos, tanto os talibãs como o grupo fundamentalista Estado Islâmico estiveram envolvidos nos principais ataques contra jornalistas e meios de comunicação na província de Nangarhar, de que Jalalabad é a capital.

Pelo menos 33 jornalistas ou trabalhadores de órgãos de comunicação foram assassinados no Afeganistão entre 2018 e 2020, segundo o mais recente relatório das Nações Unidas, publicado em fevereiro.

Com a chegada ao poder dos talibãs, em 15 de agosto, os jornalistas afegãos enfrentam riscos ainda maiores, com centenas a abandonarem o país ou a profissão, e a viverem escondidos com medo de possíveis represálias.

Nas últimas semanas, os talibãs agrediram ou detiveram temporariamente dezenas de jornalistas, sobretudo durante a cobertura dos recentes protestos organizados por mulheres em vários pontos do país.

A chegada ao poder dos talibãs foi também acompanhada pelo encerramento de, pelo menos, 153 meios de comunicação social afegãos.

Atualmente, não se imprime nenhum jornal em Cabul, a capital onde antes conviviam uns 20 periódicos.

A Federação Internacional de Jornalistas já alertou para a falta de segurança para os jornalistas no Afeganistão e denunciou as tentativas dos talibãs para acabarem com a liberdade de imprensa no país.

Redação / Agência Lusa

Mais Notícias