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Aquário Vasco da Gama devolve ao meio natural peixes em risco de extinção

Aquário Vasco da Gama devolve ao meio natural peixes em risco de extinção

Serão libertados cerca de 900 peixes de água doce em perigo de extinção.

O Aquário Vasco da Gama vai libertar este mês cerca de 900 peixes de água doce em perigo de extinção, para repovoarem rios e ribeiras, com as populações em meio natural a serem depois monitorizadas.

De acordo com uma informação hoje divulgada pela Marinha Portuguesa, na próxima terça-feira serão libertados peixes no concelho de Grândola e a 23 de março no concelho de Mafra.

A iniciativa, uma parceria do Aquário com o MARE-ISPA (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do ISPA – Instituto Universitário), e com a Faculdade de Medicina Veterinária, insere-se no projeto “Conservação ex situ de organismos fluviais”, que tem como objetivo reproduzir e manter espécies nativas de peixes de água doce da fauna portuguesa, “criticamente em perigo”, para repovoamento dos seus rios de origem.

A Marinha explica em comunicado que os rios serão depois visitados e as populações de peixes serão monitorizadas pelos investigadores do MARE-ISPA.

“Esta é uma forma de proteger as espécies consideradas criticamente em perigo devido à redução das populações no meio natural, provocada por vários fatores: descargas de poluentes, ocorrência cada vez mais frequente de verões prolongados e secos, destruição da vegetação das margens e proliferação de espécies invasoras vegetais e animais”, salienta-se no comunicado.

Na terça-feira serão libertadas na ribeira de Grândola 600 bogas-portuguesas (Iberochondrostoma lusitanicum), nascidas no Aquário e descendentes de exemplares capturados na mesma ribeira.

Trata-se, salienta-se no comunicado, de uma espécie considerada criticamente em perigo que apenas existe em Portugal, nas bacias hidrográficas dos rios Tejo e Sado e nas pequenas ribeiras da região Oeste e da região entre o Sado e o Mira.

No dia 23 são libertados no rio Safarujo, Mafra, 300 ruivacos-do-oeste (Achondrostoma occidentale), igualmente nascidos no Aquário e descendentes de exemplares capturados no mesmo rio.

Esta é também uma espécie considerada criticamente em perigo que apenas existe em Portugal e apenas em três rios: Safarujo, Alcabrichel e Sizandro.

A Marinha Portuguesa refere no comunicado que este mês o Aquário Vasco da Gama já fez mais duas ações do género, uma na quinta-feira, com a libertação de 35 bogas-portuguesas (Iberochondrostoma lusitanicum), dois escalos-do-sul (Squalius pyrenaicus) e dois verdemãs (Cobitis paludica), no rio Jamor, de onde tinham sido resgatados no verão devido à seca.

Hoje, em Mértola, foram libertados 60 saramugos (Anaecypris hispanica), uma espécie considerada criticamente em perigo e que apenas existe na Península Ibérica, na bacia do Guadiana.

O Aquário Vasco da Gama, um dos aquários públicos mais antigos do mundo, foi inaugurado a 20 de maio de 1898 e entregue em 1901 à Marinha Portuguesa.

Agência Lusa