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Israel nega acesso das Nações Unidas a Rafah
EPA/KHALED ELFIQI

Israel nega acesso das Nações Unidas a Rafah

Confirmação feita pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU.

Israel negou o acesso das Nações Unidas ao ponto de passagem de Rafah, na Faixa de Gaza, anunciou hoje um porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

“Atualmente, não temos qualquer presença física no ponto de passagem de Rafah”, disse Jens Laerke numa conferência de imprensa em Genebra, Suíça, citado pela agência francesa AFP.

O porta-voz disse que o acesso da ONU a Rafah foi negado pelo Cogat, o organismo israelita responsável pela coordenação da política de Israel nos territórios palestinianos ocupados.

“Foi-nos dito que, por enquanto, não haveria passagem de pessoal ou de mercadorias em nenhuma das direções. (…) Durante quanto tempo? Não sei. Mas é essa a situação atual”, afirmou.

Laerke disse que a “situação tem um impacto considerável" na população, uma vez que a ajuda também não pode entrar pela passagem de Kerem Shalom, que tem sido alvo de disparos de foguetes.

Quanto à passagem de Erez, recentemente reaberta por Israel, qualquer ajuda que possa passar deve ser controlada pelas autoridades israelitas, disse o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder.

Rafah, na fronteira com o Egito, é o principal ponto de passagem da ajuda humanitária para Gaza e onde se refugiaram mais de um milhão de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.

Israel lançou uma vasta operação militar contra o Hamas na Faixa de Gaza desde que o movimento islamita lançou um ataque contra o território israelita em 07 de outubro passado.

O exército israelita colocou hoje tanques em Rafah e assumiu o controlo da parte palestiniana do ponto de passagem com o Egito.

Os militares israelitas disseram também que estavam a realizar uma “operação antiterrorista” em “áreas específicas” a leste de Rafah.

A ONU disse estar preocupada porque não existem grandes reservas em Gaza, uma vez que toda a ajuda que entrou até agora foi imediatamente distribuída à população.

O porta-voz do OCHA explicou que “a reserva de combustível é muito, muito curta, cerca de um dia”.

Laerke disse que, uma vez que o combustível só chega através de Rafah, a reserva existente “é para toda” a operação humanitária em Gaza.

“Trata-se sobretudo de gasóleo, para fazer funcionar os camiões e os geradores”, explicou.

Se o combustível for bloqueado, “seria uma forma muito eficaz de enterrar a operação humanitária”, acrescentou o porta-voz.

Israel tem ameaçado realizar uma operação ofensiva em Rafah, onde diz que estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas, que controla Gaza desde 2007.

Agência Lusa

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