Ouve a Cidade, faz o download da App.
Eurovisão: representante da Irlanda sublinha apoio ao povo palestiniano
Bambie Thug, representante da Irlanda, atua na Eurovisão 2024 Martin Meissner/Associated Press

Eurovisão: representante da Irlanda sublinha apoio ao povo palestiniano

Bambie Thug, que tal como a portuguesa iolanda passou à final da competição, tem sido uma das vozes que pedem cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Esta quinta-feira, 9 de maio, Bambie Thug, artista que representa a Irlanda na 68ª edição da Eurovisão, usou as redes sociais para reforçar apoio à causa palestiniana e apelar ao cessar-fogo na Faixa de Gaza que continua a ser alvo das forças militares israelitas. Israel atua hoje na segunda semifinal da competição que decorre em Malmö, na Suécia. Além de Israel, atuam também Malta, Albânia, Grécia, Suíça, República Checa, Áustria, Dinamarca, Arménia, Letónia, São Marino, Geórgia, Bélgica, Estónia, Noruega e Países Baixos. Os dez que forem escolhidos vão juntar-se aos que foram selecionados na primeira semifinal (Sérvia, Portugal, Eslovénia, Ucrânia, Lituânia, Finlândia, Chipre, Croácia, Irlanda e Luxemburgo), aos chamados 'Big Five' (Alemanha, Reino Unido, França, Espanha e Itália) e à Suécia, o país que recebe a edição deste ano.  

Thug, que cantou na primeira semifinal na terça-feira, foi impedida pela organização de usar mensagens, como "Palestina livre" ou "cessar-fogo", durante a atuação. De acordo com o "NME", representantes da European Broadcasting Union (União Europeia de Radiodifusão) justificaram a medida com as regras da competição que, segundo alegam, foram criadas "para proteger a natureza apolítica" do evento. 

No texto que partilhou na conta de Instagram e que foi publicado com uma versão que fez do tema 'Zombie' (dos Cranberries), Bambie Thug explicou o que aconteceu antes de entrar em palco, reforçando depois o apelo ao cessar-fogo em Gaza. 

"A História repete-se, em rimas, até aprendermos a lição", começou por escrever. "Esta é uma música que precisa de ser lembrada. Infelizmente, ainda é uma canção importante para o mundo. Sei que muitos de vocês têm opiniões divergentes sobre a minha posição mas estou a fazer tudo aquilo que está ao meu alcance para apoiar", continuou Thug. 

"Após o meu primeiro ensaio com as roupas, pediram-me para tirar as mensagens 'Palestina livre' e 'cessar-fogo' que tinha pintado, usando o alfabeto ogham, no meu fato. Eu e a minha delegação lutámos contra a decisão e a EBU acabou por permitir a palavra 'cessar-fogo'. Uma hora antes de entrar em palco, fui informada que, após uma reunião interna, decidiram afinal que 'cessar-fogo' já não era aceitável e que, caso não removesse a palavra, seria impedida de entrar em palco", acrescentou.  

"Sou pró-justiça e pró-paz e isso nunca irá mudar. Só espero que isto seja uma plataforma para chegar a mais ouvidos. O meu coração e as minhas orações estão com o povo da Palestina. Olhos em Rafah. E espero que seja claro que ser pró-palestiniano não significa ser anti-semita. Significa ser anti-guerra, anti-ocupação, anti-opressão e contra o massacre de crianças e civis inocentes!! Todas as pessoas que nascem neste mundo têm direito a uma casa, segurança, água, comida, liberdade e compaixão. Temos de nos mover com amor e ver além das nossas diferenças. Temos de nos lembrar que, debaixo da nossa pele, somos a raça humana. Somos um só espírito. Acorda, mundo. Nunca é tarde para recuperar a consciência e admitir que a mudança tem de ser feita em nome do amor", referiu ainda a cantora irlandesa. 

Vários representantes políticos e artistas europeus têm apelado à União Europeia de Radiodifusão para que a participação de Israel no concurso fosse vetada. Entre os vários apelos, no final de março, representantes de nove países, incluindo Portugal, assinaram uma carta na qual pediam um "cessar-fogo imediato e duradouro" na guerra na Palestina e o regresso de todos os reféns israelitas.

Na carta, os artistas afirmaram que reconhecem "o privilégio de participar na Eurovisão", mas acrescentaram que não se sentem "confortáveis em ficar em silêncio" perante a situação que se vive no Médio Oriente.

Além da representante de Portugal, assinaram a carta os intérpretes da Irlanda, Noruega, São Marino, Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Lituânia e Finlândia.

Na primeira semifinal do festival, o cantor sueco Eric Saade cantou com a mão esquerda envolta num 'keffiyeh', lenço que simboliza o apoio à causa palestiniana. 

No passado domingo, a portuguesa iolanda apresentou-se na 'passadeira turquesa' (onde desfilam os representantes de todos os países), em Malmö, com um vestido de uma marca palestiniana e com as unhas pintadas com o padrão do 'keffiyeh'.

Redação

Mais Notícias