Os institutos de ensino superior que, para além de receberem alunos em Erasmus, oriundos de diversos países, têm também docentes estrangeiros ou que necessitam de viajar frequentemente, estão a tomar medidas de precaução, por causa da propagação do novo coronavírus, que vão desde simples recomendações até cancelamentos, suspensões e proibições.
Dentro da Universidade de Lisboa (UL), a maior do país, e que alberga milhares de pessoas entre as várias escolas, há medidas idênticas, mas também algumas distintas. A Faculdade de Letras está já a olhar alguns meses à frente e decidiu “não autorizar festas e eventos académicos até 15 de junho” e adiar a realização de conferências previstas até 15 de junho com um número de participantes superior a 45 pessoas.
Já o Instituto Superior Técnico, que também proíbe eventos com mais de 50 participantes, com exceção de aulas, sublinha, num comunicado publicado no site, que os docentes vão receber nos próximos dias informação sobre a possibilidade de disponibilização de aulas em videoconferência e existência de épocas especiais de avaliação”. Os terminais de leitura biométrica estão também suspensos.
De resto, todas as escolas da UL têm uma série de medidas comuns que surgem pelas orientações dadas pela Direção-Geral da Saúde e pelo próprio Reitor António Manuel da Cruz Serra, depois de uma reunião que juntou os altos responsáveis da universidade.
Entre as medidas está a “não autorização” de deslocações de docentes, investigadores e funcionários ao estrangeiro, a não ser em casos excecionais. Também todos os alunos, docentes ou funcionários que regressem de viagens de locais afetados pelo Covid-19 devem informar as escolas. A UL estabeleceu também, no manual de procedimentos, a criação de salas de isolamento.
Em cima da mesa, caso seja necessária, está também a possibilidade de encerramento das escolas, uma medida que está a ser avaliada, conforme os próximos desenvolvimentos do surto do novo coronavírus.
Portugal tem nove casos confirmados de Covid-19 e os casos suspeitos aumentaram em 30 de quarta-feira para hoje.
Segundo um boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, divulgado esta quinta-feira à noite pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o número de casos suspeitos é, até agora, de 147, valor desde janeiro deste ano. No boletim de quarta-feira os casos suspeitos eram 117 [um aumento de 16 casos em relação a terça-feira].
(notícia corrigida às 10h28)
