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Comissão de Trabalhadores da TAP pede nacionalização da companhia
Paulo Alexandre Santos

Comissão de Trabalhadores da TAP pede nacionalização da companhia

Posição da Comissão de Trabalhadores depois da TAP ter anunciado o 'lay-off' da maioria dos funcionários.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP reforçou hoje o apelo para que a transportadora "se torne 100% pública", depois de a empresa ter anunciado o 'lay-off' da maioria dos trabalhadores, segundo um comunicado.

No documento, a que a Lusa teve acesso, a CT entende "que estas medidas são gravosas para os trabalhadores sob vários aspetos" e, por isso, não pode "concordar com as mesmas", questionando se "são necessárias", "uma vez que o caminho pode ser outro assim haja vontade".

A TAP vai avançar com um processo de 'lay-off' para 90% dos trabalhadores e com a redução do período normal de trabalho em 20% para os restantes colaboradores, para fazer face aos efeitos da pandemia de covid-19, informou na terça-feira a companhia aérea numa mensagem aos funcionários.

O grupo determinou "a suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores" e "uma redução do período normal de trabalho, em 20%, para os restantes 10% dos colaboradores", para fazer face ao impacto da pandemia de covid-19, que inviabiliza quase toda a operação da transportadora aérea, lê-se na mesma missiva, a que a Lusa teve acesso. 

"As condições remuneratórias definidas contemplam o pagamento de 2/3 das remunerações fixas mensais para os colaboradores em suspensão temporária da prestação do trabalho e o pagamento de 80% da remuneração fixa mensal para os colaboradores em redução de horário de trabalho, porque estes continuam a trabalhar para assegurar a retoma", indicou a TAP, sendo que estas medidas entram em vigor em 02 de abril por um período de 30 dias, que pode vir a ser alargado.

Na mesma nota hoje divulgada, a CT reconheceu que a "situação criada pela covid-19, tornando praticamente impossível a atividade no sector da aviação, veio obrigar a administração da TAP a tomar medidas para garantir a sua sustentabilidade e continuidade, medidas essas legalmente permitidas de acordo com legislação especialmente criada para o efeito, acordadas com o Governo e, já divulgadas aos trabalhadores" na terça-feira.

Neste contexto, e discordando das medidas, a CT exige "que o Governo assuma as suas responsabilidades para com a companhia de bandeira, garante da continuidade territorial e da soberania e economia nacionais, nacionalizando-a e garantindo todos os postos de trabalho assim como todas as remunerações".

O organismo "vem pedindo há anos que a TAP se torne 100% pública agora é o momento para isso acontecer, é por isto que temos de continuar a lutar", sublinhou.

A TAP conta com uma participação de 50% do Estado, através da Parpública, estando 45% da companhia aérea nas mãos dos privados do consórcio Atlantic Gateway e 5% do capital nas mãos dos trabalhadores. 
 

Agência Lusa

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